domingo, 22 de novembro de 2009

Realidade ou Ficção?

Eram milhares de pessoas, entre elas repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e curiosos que se amontoavam para ver o que estava acontecendo, toda aquela situação também era vista ao vivo por todo um país graças ao recurso de lentes e microfones espalhados pelo local, imagens da Central de Trânsito também foram usadas pela tevê. O espetáculo tinha se formado e todos os gestos, palavras e atitudes eram devidamente mostrados, como em um filme.

Como em todo filme que se preze, tem que haver um bandido e o desse filme, foi um garoto que aos seis anos de idade, filho de pai desconhecido viu sua mãe ser assassinada dentro de casa. Por conta disso foi morar na rua. Na adolescência sobreviveu a tão famosa chacina da Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro. Teve sua prisão efetuada por diversas vezes, mas sempre conseguia fugir. Foi apelidado por seus colegas de rua como “Mancha”, pois era uma característica que marcava sua face. Para completar o roteiro do filme, um ônibus com trabalhadores e estudantes foi seqüestrado e a polícia parecia incapaz de lidar com uma situação até então incomum: um seqüestro com reféns transmitido ao vivo.

O nome do filme é Ônibus 174 e esse ator principal é o Sandro Nascimento, menino que não foi parido pelo Estado, não foi criado pelo Estado, mas foi morto por um Estado que não teve e não tem competência de cuidar desses garotos que por algum motivo ou outro acabam saindo de suas casas para viver nas ruas em busca de algo que nem eles mesmos sabem se vão encontrar. Esse incidente ocorreu no dia 12 de junho de 2000 no Rio de Janeiro que culminou com a morte do seqüestrador e de uma das reféns, Geisa Gonçalves, com tiros disparados pelo “bandido” e pela polícia.

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